ESG - ONDE O RH ENTRA NESTE CONTEXTO?
A IBGC Conecta em recente LIVE, no último dia 16 de abril, apresentou debate entre 04 ex presidentes do conselho de administração do Instituto, sobre os já bem conhecidos princípios ESG (sigla em inglês para fatores sociais, ambientais e de governança).
O caos decorrente da pandemia do COVID-19 no ambiente organizacional reforça temas relevantes e já muito discutidos e aplicados entre as empresas no âmbito da Governança Corporativa. Entretanto, no contexto da crise, os princípios, manifestados em atitudes e comportamentos fazem a diferença e desta forma o RH não pode perder agilidade e adaptabilidade para ser contributivo com rápida adaptação e ser, quem sabe, o “curador” interno sobre metodologias, procedimentos, comunicação e meios para apoiar a condução da empresa ao “novo normal”.
“De acordo com o presidente do conselho de administração do IBGC, Henrique Luz, na abertura do Webinar “ao lado da ética — ainda mais indispensável neste momento —, ganham especial significado honestidade, integridade, responsabilidade, independência, visão de longo prazo e cidadania corporativa. “A situação atual nos leva a questionar qual o papel da governança para a navegação durante a turbulência e para a preparação para o D+1, o pós-crise”.
Os princípios ESG e nunca foram tão famosas como nesse começo de ano. Na verdade, desde agosto de 2019 elas já ganhavam cada vez mais destaque... manifesto de 200 CEOs do business roundtable, Fórum Econômico de Davos, carta anual de Larry Fink, CEO da Blackrock (maior gestora de fundos privados do mundo, algo em torno de U$7 trilhões).
Nesse sentido as principais lideranças empresariais no mundo estão chegando a conclusões óbvias a respeito do tema: não há como separar ESG dos aspectos financeiros, uma sempre interfere na outra; os aspectos ambientais, sociais e de governança do negócio impactam para o bem e para o mal o resultado financeiro e, por fim, os investimentos financeiros e o planejamento estratégico devem levar em conta essa agenda em sua definição.
RH na sua razão de ser dentro das organizações, tem como um dos seus eixos fundamentais, atuar como promotor da cultura organizacional, assim urge uma revisão imediata no planejamento de Recursos Humanos. Três vetores são prioritários para isso:
• Redefinição de novas competências e seus impactos nos perfis profissionais para todos os cargos chave (lideranças) e críticos (técnicos essenciais ao negócio);
• Novo design organizacional aproveitando experiências colocadas em prática sem planejamento e que vêm dando resultados positivos;
• Novas metodologias de gestão de pessoas em relação ao engajamento, gestão do desempenho, comunicação, reconhecimentos e recompensas.
Os alertas abaixo foram feitos pelos debatedores:
• O escopo solidário das empresas deve ir além da doação” (José Guimarães Monforte)
• “A situação atual é a prova de como as empresas estão lidando de fato com ESG” (Sandra Guerra)
• “O sucesso passa a estar associado ao bem-estar das pessoas” (Ricardo Setubal)
• “É preciso agora revisitar valores” (Emilio Carazzai)
Então convido você a pensar qual o papel do RH em apoiar o CEO/diretoria para adentrar e/ou avançar na gestão do ESG? Como o RH pode impulsionar a agenda ESG na estratégia das empresas, sem extrapolar sua atuação? Muitas vezes o CEO pode não conhecer o tema a fundo ou ter curiosidade, mas não sabe por onde começar.
Não fiquem contemplativos, mas atentos para dar respostas ao “novo normal”.
Fonte: Cássio Mattos, diretor da RH Mattos.